Instrumento para identificação de bens culturais ganha plataforma digital
Fonte e ilustração: Assessoria de Comunicação Iphan
O Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), criado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como instrumento de identificação do patrimônio cultural brasileiro, acaba de ganhar uma plataforma digital. O novo espaço virtual poderá receber documentos, fotos, áudios e vídeos sobre as manifestações da cultura brasileira – inicialmente a partir de projetos-piloto, que contribuirão para o aperfeiçoamento do Inventário. Considerada uma iniciativa para inovação e governo digital, a plataforma poderá ser utilizada por prefeituras, governos estaduais, organizações não governamentais e, principalmente, pelas próprias comunidades detentoras das referências culturais nos mais diversos territórios do País. Nesse formato, o INRC facilita a identificação de universos culturais, além de se tornar um repositório de conhecimento para toda a sociedade.
Desde a concepção do INRC, no ano 2000, diversas instituições públicas e privadas, em colaboração com os detentores das referências culturais, realizaram a identificação e documentação de inúmeros territórios, comunidades e bens culturais, criando possibilidades para protegê-los. O inventário abarca não apenas bens imateriais, como celebrações, formas de expressão, saberes e lugares, mas também edificações e, na nova versão, também os objetos e os significados a eles associados. O resultado, por sua vez, pode levar ao tombamento ou ao registro dos bens inventariados, mas não obrigatoriamente. Foi por meio desse instrumento que o Iphan inventariou e, posteriormente, registrou bens como a Festividade do Glorioso São Sebastião do Marajó (PA), a Feira de Caruaru (PE) e o Banho de São João (MS).
Duas décadas depois e por meio de processos avaliativos, o INRC foi reformulado, tendo seus formulários e campos aprimorados. O inventário também foi identificado como um dos instrumentos desenvolvidos pelo Iphan mais difundidos. E, diante disso, a plataforma criada visa a ampliar essa interlocução, se tornando, até 2024, um repositório dos 186 inventários já realizados, o legado do INRC em mais de 20 anos – composto por formulários, documentos, fotos e vídeos disponíveis tanto para pesquisadores quanto para a sociedade de maneira mais ampla. O site do INRC já dispõe dos inventários do Frevo (PE) e do Modo de Fazer Arte Santeira (PI), incluídos como primeiros testes de como se dará o tratamento online deste importante acervo da cultura brasileira.
Parceria
“Com essa iniciativa, o Iphan quer integrar a identificação do Patrimônio Cultural às tecnologias mais atuais. Para o novo INRC, buscamos uma plataforma leve e de fácil compreensão, com objetivo de ampliar o acesso ao importante trabalho de documentação da cultura nacional que desenvolvemos no Instituto para toda a sociedade brasileira”, avaliou o presidente do Iphan, Leandro Grass.
O projeto ainda prevê a criação de manuais digitalizados e tutoriais em vídeo para orientar o manuseio da plataforma a futuros usuários. No decorrer do segundo semestre deste ano, o Departamento de Patrimônio Imaterial também vai promover um conjunto de oficinas com o objetivo de apresentar as modificações do INRC e, ainda, as funcionalidades da plataforma aos técnicos de patrimônio imaterial das superintendências estaduais.
“A versão nova e revisada do INRC é resultado de uma parceria bastante frutífera entre o Iphan e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), na qual o Iphan aderiu ao projeto Tainacan, solução tecnológica aberta e livre para repositórios digitais, já amplamente difundida entre instituições museais”, comemorou o diretor de Patrimônio Imaterial do Iphan, Deyvesson Gusmão.